PARA COMBATER REJEIÇÃO À CANDIDATA
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Vera Rosa
Em mais uma ofensiva para diminuir a rejeição de Marta Suplicy,
petistas e padres da chamada ala progressista preparam um manifesto para
ser distribuído em várias missas, no próximo domingo. A mensagem,
que deve ser batizada de Carta aos Cristãos, tem o objetivo de
diluir os preconceitos de católicos que torcem o nariz para Marta por
causa da defesa feita por ela do direito ao aborto e da união civil
entre homossexuais.
A idéia começou a ser discutida na terça-feira entre religiosos da
Região Episcopal de Belém e o chefe de gabinete do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, que entrou na campanha
com a tarefa de "desmontar preconceitos" contra Marta. Na Carta
aos Cristãos, os padres devem recomendar o voto na petista.
O argumento a ser usado no manifesto, para atrair os votos dos
católicos, é o de que a candidata apoiada por Lula sempre seguiu os
princípios da fraternidade e da solidariedade em seu governo. Nas
conversas que manteve com padres e evangélicos, nos últimos dias,
Carvalho disse que o governo Marta (2001-2004) foi voltado
para "os pobres e a prática da caridade".
Todo o esforço da equipe de Marta é para reduzir o índice de
rejeição da petista - na casa de 32%, segundo o Ibope.
Motivo: levantamentos feitos pelo próprio PT indicam que esse
porcentual aumentou na campanha.
Além da panfletagem nas igrejas, o comitê petista também prepara um
grande ato com os evangélicos, amanhã à noite. Cinco horas depois
de participar de uma plenária com representantes de movimentos sociais
e sindicalistas, ao lado de Lula, Marta vai se reunir com pastores
da Igreja Assembléia de Deus. O ato contará com a presença do
pastor Samuel Ferreira, que comprou briga com o PT ao fazer
enquete, num programa de rádio, perguntando: "Marta ou a
Bíblia?".
O PT entrou na Justiça Eleitoral e conseguiu retirar o programa do
ar. Há uma semana, Lula teve de contornar saia-justa enfrentada
pela candidata, durante encontro com evangélicos, justamente porque
um discípulo da Assembléia de Deus lembrou do imbróglio.
Na avaliação do pastor Valdo Romão, da Convenção Batista, os
encontros de Marta com evangélicos não têm servido para mudar
posições. "Não creio que essas reuniões acrescentem votos para
ela."
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